O Grupo Banco Mundial anunciou hoje um novo e importante conjunto de metas climáticas para 2021-2025, dobrando seus atuais investimentos de 5 anos para cerca de US $ 200 bilhões em apoio aos países para empreender ações climáticas ambiciosas. O novo plano aumenta significativamente o apoio à adaptação e à resiliência, reconhecendo os impactos crescentes das mudanças climáticas nas vidas e nos meios de subsistência, especialmente nos países mais pobres do mundo. O plano também representa uma ambição significativamente aumentada do Grupo do Banco Mundial, enviando um importante sinal para a comunidade global em geral fazer o mesmo. 

Segundo a instituição, a medida, anunciada em meio à 24ª Conferência da ONU sobre o clima (COP 24), que ocorre na Polônia, representa uma aumento significativo na ambição de lidar com as mudanças climáticas, além de enviar “um sinal importante para que a comunidade internacional faça o mesmo”.

As nações em desenvolvimento se comprometeram a aumentar os gastos públicos e privados anuais combinados para 100 bilhões de dólares até 2020, para combater o impacto das mudanças climáticas. Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), os valores gastos por esses países na proteção ao clima foram de 48,5 bilhões de dólares em 2016 e de 57,6 bilhões em 2017.

Em comunicado, o Banco Mundial afirma que a própria instituição financiará aproximadamente 100 bilhões de dólares do total de 200 bilhões anunciado. Em torno de um terço do financiamento virá de duas outras agências do Banco Mundial, com o restante sendo fornecido por capitais privados levantados pelo grupo.

“Se não reduzirmos as emissões [de gases causadores do efeito estufa] e não nos adaptarmos agora, teremos 100 milhões de pessoas vivendo na pobreza até 2030”, alertou o executivo sênior para mudanças climáticas da instituição, John Roome. “Também sabemos que, se não lidarmos proativamente com esse problema, apenas em três regiões – África, Ásia e América Latina – teremos 133 milhões de migrantes em razão do clima”, afirmou.

Roome acrescentou que, no ano fiscal de 2018, iniciado em junho de 2017, o Banco Mundial destinou 20,5 bilhões de dólares à proteção ao clima, em comparação com a média anual de 13,5 bilhões no período de 2014 a 2018. Segundo o executivo, o novo valor corresponde a cerca de 35% de todos os financiamentos do Banco Mundial.

Parte significativa desse financiamento será dedicada à redução das emissões, principalmente através de estratégias para o desenvolvimento de energias renováveis. Segundo a instituição, outra prioridade é aumentar o apoio à adaptação ao clima, uma vez que milhões de pessoas já lidam com os efeitos das condições climáticas extremas.

Essas medidas incluem a construção de edificações resistentes aos climas extremos e a descoberta de novas fontes de água potável, uma vez que o aumento do nível do mar pode contaminar as reservas existentes.    

“Ao incrementar o financiamento à adaptação direta para chegar a 50 bilhões de dólares entre [os anos fiscais de ] 2021-2025, o Banco Mundial vai, pela primeira vez, dar ênfase igual a esse objetivo, ao lado dos investimentos para reduzir as emissões”. Afirma a nota da instituição.

Sobre questões como o aumento do nível do mar e a maior ocorrência de enchentes e secas, a CEO do Banco Mundial, Kristalina Georgieva, afirma que é necessário “combater as causas, mas também se adaptar às consequências que costumam ser dramáticas para as populações mais pobres do mundo”.

“Mesmo se conseguirmos manter o aquecimento global em 2º C, sabemos que será necessária uma grande quantidade de adaptações em lugares como o Chade, Moçambique ou Bangladesh”, acrescentou Roome.

Representantes de quase 200 países iniciaram neste domingo em Katowice, na Polônia, duas semanas de conversações sobre as mudanças climáticas e como implementar as medidas para manter o aquecimento do planeta abaixo de 2º C, como estabelecido pelo Acordo de Paris. A COP 24 começa oficialmente nesta segunda-feira e prossegue até 14 de dezembro.


World Bank Group Announces $200 billion over Five Years for Climate Action

www.worldbank.org

ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

As fontes renováveis de energia terão participação cada vez mais relevante na matriz energética global nas próximas décadas. A crescente preocupação com as questões ambientais e o consenso mundial sobre a promoção do desenvolvimento em bases sustentáveis vêm estimulando a realização de pesquisas de desenvolvimento tecnológico que vislumbram a incorporação dos efeitos da aprendizagem e a conseqüente redução dos custos de geração dessas tecnologias.

O debate sobre o aumento da segurança no fornecimento de energia, impulsionado pelos efeitos de ordem ambiental e social da redução da dependência de combustíveis fósseis, contribui para o interesse mundial por soluções sustentáveis por meio da geração de energia oriunda de fontes limpas e renováveis. Nessa agenda, o Brasil ocupa posição destacada em função da sua liderança nas principais frentes de negociação e da significativa participação das fontes renováveis na sua matriz energética.

O Brasil apresenta situação privilegiada em termos de utilização de fontes renováveis de energia. No país, 43,9% da Oferta Interna de Energia (OIE) é renovável, enquanto a média mundial é de 14% e nos países desenvolvidos, de apenas 6%. A OIE, também denominada de matriz energética, representa toda a energia disponibilizada para ser transformada, distribuída e consumida nos processos produtivos do País.

O desenvolvimento dessas fontes ingressa em uma nova etapa no país com a implantação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), criado no âmbito do Ministério de Minas e Energia (MME) pela Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, e revisado pela Lei nº 10.762, de 11 de novembro de 2003. A iniciativa, de caráter estrutural, vai alavancar os ganhos de escala, a aprendizagem tecnológica, a competitividade industrial nos mercados interno e externo e, sobretudo, a identificação e a apropriação dos benefícios técnicos, ambientais e socioeconômicos na definição da competitividade econômico-energética de projetos de geração que utilizem fontes limpas e sustentáveis.


Ministério de Minas e Energia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *